Feira Grande de Janeiro ou
Feira dos Vinte ou
Feira das Colheres de Pau ou
Feira dos Namorados, assim ficou conhecida uma das feiras que teve origem no século XVIII e uma das mais importantes do Norte do País.
Tudo começou num alvará régio, promulgado por D. Pedro II, a 5 de Setembro de 1704, por solicitação das gentes de Vila do Conde, e onde se instituía a Feira Franca de Santo Amaro, a realizar ao dia 20 de cada mês.
Durante séculos a "Feira dos Namorados" foi o local privilegiado para os jovens encontrarem o seu "par ideal", deslocavam-se até lá nos seus trajes de festa, levando colheres de pau que serviam de "suporte" para escrever versos e rimas de amor às suas amadas. Na feira não faltava o som das gaitas tocadas por músicos galegos e barracas onde se vendiam vinho, pão e figos.
Esta colher servia como tema de brincadeira, tentando os rapazes tirá-la às raparigas, o que provocava correrias e risadas e, por vezes, o início de alguns namoros.
Uma outra maneira de iniciar uma relação de amizade, ou até de futuro compromisso amoroso, consistia em o rapaz oferecer à rapariga que tinha "debaixo de olho", a colher que tinha decorado, e esta aceitá-la.
Desde os anos noventa, e até aos dias de hoje, a Câmara Municipal de Vila do Conde, através das Escolas de Ensino Básico deste concelho, pretende manter esta tradição, promovendo um concurso de colheres de pau.
Todos os anos, a autarquia compra centenas daquelas colheres que depois distribui pelas escolas para os alunos decorarem com pinturas e desenhos.
As colheres são depois expostas e vendidas ao público na feira de Vila do Conde, revertendo as receitas para uma instituição de solidariedade local. Os alunos apresentam-se vestidos à época setecentista e são acompanhados por música, de forma a ser recriado o ambiente original festivo.Foi assim o ano passado
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