Os volumes anteriores da colecção História de Portugal,
respectivamente sobre a Ditadura de Salazar e a Guerra Colonial,
parecem funcionar como antecedentes deste, que se centra na narrativa da
Revolução de Abril propriamente dita, consequência quase natural de
várias décadas de opressão, censura, pobreza e guerra. Neste livro, os
elementos visuais mais marcantes são, além das personagens
referenciais, retratadas com fidelidade e tornadas próximas pelo traço
sensível da ilustradora, os objectos como os cravos e as espingardas.
Estas, símbolo dos militares e do papel relevante desempenhado na
mudança de regime, surgem, a par de outros elementos bélicos,
conotadas com a Paz e a relativa tranquilidade que caracterizou a
transição. Os cravos têm, na própria estrutura do livro, uma
centralidade relevante, não só pelo impacto cromático da cor vermelha
que surge disseminada por várias páginas, mas também por todas as
conotações simbólicas que os caracterizam, associando-os ao movimento
popular espontâneo, à vida e ao florescimento de um país depois de
décadas de fechamento e isolamentos profundos, à esperança no futuro e
nas novas gerações, aos movimentos políticos de esquerda,
determinantes na preparação da acção revolucionária.
Texto de Ana Margarida Ramos
Título:25 de Abril – Revolução dos Cravos
Autor(a): Paula Cardoso Almeida e Carla Nazareth
Editora: Quidnovi
Sinopse:
Este livro, com ilustrações de João Abel Manta que reforçam o carácter documental da publicação, assume-se como um testemunho pessoal das memórias de Abril, sobrepondo-se, de forma consciente e voluntária, o factual ao ficcional, dando conta do significado simbólico da data e das consequências que teve para Portugal e para os portugueses, permitindo ao destinatário jovem tomar conhecimento de uma realidade aparentemente longínqua, mas crucial para a compreensão do momento actual. Nesta medida, são, sempre que possível, estabelecidas analogias com a realidade presente e com a vivência quotidiana do leitor, convidado a manter vivo o espírito de liberdade e de tolerância e os ideais da Revolução. Desde os antecedentes da Revolução, com especial destaque para a censura, para a emigração forçada dos jovens em resultado da pobreza e da opressão, para as perseguições políticas e para a guerra colonial, o autor percorre os momentos mais emblemáticos que caracterizaram este período.
Este livro, com ilustrações de João Abel Manta que reforçam o carácter documental da publicação, assume-se como um testemunho pessoal das memórias de Abril, sobrepondo-se, de forma consciente e voluntária, o factual ao ficcional, dando conta do significado simbólico da data e das consequências que teve para Portugal e para os portugueses, permitindo ao destinatário jovem tomar conhecimento de uma realidade aparentemente longínqua, mas crucial para a compreensão do momento actual. Nesta medida, são, sempre que possível, estabelecidas analogias com a realidade presente e com a vivência quotidiana do leitor, convidado a manter vivo o espírito de liberdade e de tolerância e os ideais da Revolução. Desde os antecedentes da Revolução, com especial destaque para a censura, para a emigração forçada dos jovens em resultado da pobreza e da opressão, para as perseguições políticas e para a guerra colonial, o autor percorre os momentos mais emblemáticos que caracterizaram este período.
Texto de: Ana Margarida Ramos
Título: O 25 de Abril Contado às Crianças… E aos Outros
Autor(es): José Jorge Letria, João Abel Manta (Ilustrador)
Editora: Terramar
Sinopse
Revisitação
poética da história do 25 de Abril de 1974, com particular relevo para
os antecedentes da Revolução, recriando a vida em Portugal durante a
vigência do Estado Novo, Romance do 25 de Abril, de João Pedro
Mésseder, sublinha ainda as consequências trágicas desse longo período
da História portuguesa contemporânea, como as perseguições políticas, a
censura e a Guerra Colonial, entre outros aspectos. A opção pelo
"romance", enquanto género da literatura tradicional, permite a
valorização da memória e do cariz épico das história narrada, destinada a
perdurar pela transmissão de geração em geração. Com ilustrações de
Alex Gozblau, o livro ganha uma especial identidade, vendo sublinhada a
dimensão referencial da narrativa através da representação iconográfica
fiel das figuras cimeiras do Estado Novo. As ilustrações sugerem de
forma particularmente intensa a transição entre a Ditadura e a
Liberdade, servindo-se da variação cromática com evidentes intenções
semânticas e pragmáticas. Vejam-se, como elementos claramente
significativos do ponto de vista visual, a articulação entre a capa e a
contracapa, assim como a leitura das guardas iniciais e finais,
retomando alguns dos motivos simbólicos mais significativos da época
revisitada.
Texto de Ana Margarida Ramos
Título: Romance do 25 de Abril
Autor: João Pedro Mésseder
Editor: Editorial Caminho
Sinopse:
Revisitação literária destinada ao público infanto-juvenil da Revolução de Abril, esta narrativa vem juntar-se a um corpus
cada vez mais alargado de textos que recriam, de diferentes formas,
aquele momento marcante da História portuguesa contemporânea. Esta
edição coloca o acento tónico na questão da educação, destacando o
acesso generalizado ao ensino, à escola e à formação como uma das mais
significativas conquistas de Abril. Assim, o protagonista que,
inicialmente, vai à escola contrariado é confrontado com uma realidade
que desconhece, a dos seus pais e avós, privados de aceder livremente
àquela instituição. Além disso, apresenta o analfabetismo, o trabalho
infantil e a censura como estratégias conscientemente levadas a cabo por
um governo que pretendia, deste modo, controlar as pessoas, inibi-las
de pensar e de questionar o mundo em que viviam. O retrato de Portugal
submetido à Ditadura é traçado com pormenor e é notório o apelo à
valorização da Liberdade e das suas consequências. As ilustrações,
coloridas e expressivas, procuram dar conta das realidades históricas
retratadas, cristalizando motivos e imagens marcantes dos dois momentos
que o livro recria.
Texto de: Ana Margarida Ramos
Título: Do Cinzento ao Azul Celeste
Autor(es) Ana Oliveira, Helena Veloso (Ilustrador)
Editora: Calendário
Sinopse:
Recorrendo
ao modelo da narrativa histórica, respeitando dados factuais e
personagens referenciais (como é o caso da figura central de Salgueiro
Maia), o autor propõe, com verosimilhança, uma narrativa paralela acerca
da Revolução de Abril, centrada em personagens ficcionais, que cruza a
primeira e a contextualiza, aproximando-a do universo de referências dos
leitores. Transformando a figura anónima e até marginal do rapaz da
bicicleta em elo fulcral, verdadeiro motor, dos acontecimentos de 25 de
Abril de 74, o narrador fornece uma perspectiva singular, a partir do
ponto de vista de uma criança que testemunha e condiciona o desenrolar
de um dia histórico. A ilustração da narrativa, da responsabilidade de
António Modesto, também recorre, de forma mais pontual, a uma estratégia
semelhante. Partindo de algumas imagens fotográficas marcantes do dia
da Revolução e, em particular, da actuação de Salgueiro Maia, o
ilustrador recria, à semelhança do que acontece na narrativa, um
universo paralelo, a partir da história do rapaz que dá título ao
livro.
Texto de: Ana Margarida Ramos
Título: O Rapaz da Bicicleta Azul
Autor: Álvaro Magalhães, António Modesto
Editora: Campo das Letras
Sinopse:
A
obra propõe, além de um investimento no diálogo inter-geracional, uma
reflexão profunda sobre elementos que hoje tomamos como adquiridos e
inquestionáveis e que resultaram do empenhamento, da coragem, da luta e
do sofrimento de muitos. A valorização retrospectiva do passado não visa
o enaltecimento de feitos heróicos, mas o investimento quotidiano e
diário na defesa e na manutenção da liberdade. Trata-se de uma
aproximação, com evidentes intenções pedagógicas, às memórias mais ricas
e mais marcantes da Revolução, num cruzamento de tempos e de
perspectivas sobre o facto histórico mais determinante do século XX
português. As ilustrações de João Caetano potenciam a leitura em diálogo
permanente entre tempos diferentes. Socorrendo-se de materiais
iconográficos diversificados ligados quer ao Estado-Novo quer à
Revolução, o ilustrador recria-os, sobrepondo-lhes outros elementos que
ancoram a narrativa no presente.
Texto de Ana Margarida Ramos
Título: O Soldado e o Capitão, os Cravos e o Povão
Autor(es) Valdemar Cruz, João Caetano (Ilustrador)
Editora: Campo das Letras
Sinopse:
Esta
narrativa breve, publicada, pela primeira vez, em 1993, pela Associação
25 de Abril e pela APRIL, com suaves ilustrações de Manuela Bacelar,
foi reeditada, agora, com uma componente pictórica mais dominante e
forte, da autoria de Evelina Oliveira. Trata-se de uma obra que tem como
leitmotiv a Memória e um momento crucial da História recente: a
Revolução dos Cravos. Num registo vivo e emotivo, pontuado pela
metáfora, pelas estruturas enumerativas polissindéticas e pelas notações
sensoriais, nomeadamente auditivas e visuais, Manuel António Pina
ficcionaliza o antes, o durante e depois do 25 de Abril de 1974,
deixando um apelo para que o «Dia da Liberdade» nunca deixe de ser
lembrado e para que esse «País das Pessoas Tristes» não regresse.
Detecta-se, neste conto, o cruzamento de um conjunto de binómios com
importantes valências expressivas e simbólicas, designadmente: o estado
de espírito “cinzento” das pessoas vs. o cenário “azul” que as envolve; a
sua aparência fechada e silenciosa vs. a sua essência franca, aberta e
dialogante; silêncio vs. canção; o passado vs. presente; o país das
pessoas tristes vs. as terras dos visitantes; medo vs. coragem; opressão
vs. liberdade; ditadura vs. democracia.
Texto de Sara Reis da Silva
Título: O tesouro
Autor(es): Manuel António Pina, Evelina Oliveira (Ilustrador)
Editora: Campo das Letras
Sinopse:
É a partir de uma metáfora que António Torrado estrutura Vassourinha entre Abril e Maio,
obra publicada em 25 de Abril de 2001 e que conta com ilustrações de
João Abel Manta. O texto caracteriza-se pela insistência num conjunto
muito significativo de jogos de palavras e de sons, pelo recurso à
aliteração, à rima e às repetições, sobretudo na primeira parte da
narrativa, promovendo sugestões paralelísticas. A divisão da acção em
duas partes distintas permite a percepção de dois momentos
significativos: o antes e o depois da revolta da vassoura.
Texto de Ana Margarida Ramos
Título: Vassourinha entre Abril e Maio
Autor(es): António Torrado, João Abel Manta (Ilustrador)
Editora: Campo das Letras
Sinopse:
Explorando
a metáfora da mudança no seio familiar com o nascimento de um bebé,
este volume agrupa sete pequenas narrativas que, de forma original, dão
voz a objectos inanimados, íntima e simbolicamente ligados à Revolução
de Abril, ou ao tempo que a antecede. Percepcionados a partir de pontos
de vista originais, alguns relativamente exíguos mas todos profundamente
simbólicos, os acontecimentos da Revolução de Abril são recriados de
forma acessível, com recurso a elementos reconhecíveis do quotidiano e,
desta forma, tornados próximos do universo infantil.
Texto de Ana Margarida Ramos
Título: 7 x 25 Histórias da Liberdade
Autor(es): Margarida Fonseca Santos, Inês do Carmo (Ilustrador)
Editora: Gailivro
Sinopse:
Metáfora
da ditadura vivida pelos portugueses e da liberdade trazida pela
revolução dos cravos. Três feijões tomaram conta do reino do
“Jardim-à-Beira-Mar-Plantado”, roubando aos que ali viviam – feijões que
se tornaram cinzentos – o sol, a água e o ar e calando-os com uma bola
de futebol. Reprimiram o povo com a polícia e a censura e mandaram
jovens para a guerra. Os protestos de muitos feijões, como o Vermelho, o
Canário, o Preto ou o Rajado, conseguiram dar um empurrão aos
opressores (as raízes estavam já podres) e repartir o que, outrora, lhes
tinha sido tirado. A partir desse dia de Liberdade, os feijões passaram
a ter as cores antigas e no reino vegetal foi a Primavera.
Texto de Rui Marques Veloso
Título: A fábula dos feijões cinzentos
Autor(es): José Vaz, Elsa Navarro (Ilustrador)
Editora: Campo das Letras
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